Qual a importância de um bom modelo de gestão?
Qual a importância de um bom modelo de gestão?
No Brasil, uma a cada três micro e pequenas empresas encerram suas atividades antes mesmo de completarem o terceiro ano de vida.
Os estudos sobre a “morte precoce” dos negócios foi divulgado nos últimos anos pelo Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas – , e as informações divulgadas só comprovam a necessidade de atenção que os empreendimentos exigem nessa fase crítica: para não fazer parte dos 27% das estatísticas referentes aos negócios que se dão mal, é preciso desenvolver estratégias eficientes de gestão.
Pense em um modelo de gestão como um todo
E quando pensamos em gestão, não devemos considerar apenas a financeira, mas todos os setores da empresa que precisam ser gerenciados.
Apesar do cenário para o pequeno empresário brasileiro não ser um dos mais animadores e estimulantes, a jornada de sucesso dos empreendedores gera um grande potencial econômico para o país.
Vale dizer que alguns modelos de negócio genuinamente brasileiros funcionam muito bem e até são exportados para outros países. Esse é o caso da filial do Google no Brasil, que apostou no bom entrosamento entre o setor da engenharia e o setor comercial.
Além de valorizar a relação entre funcionários de equipes diferentes, o gestor do Google Brasil também aplica métodos administrativos que prezam pelo bom ambiente de trabalho e qualidade de vida de todos que trabalham na empresa, sem perder de vista o foco nos bons resultados.
Para alguns administradores, os modelos tradicionais de gestão devem ser repensados e reconstruídos, e isso implica em mudanças em praticamente todas as relações existentes dentro de uma empresa:
- a relação com o Estado
- as transações entre negócios
- a comunicação da empresa com os cliente
- os acordos comerciais com os fornecedores
Ao passo em que modelos convencionais de gestão eficiente sugerem os cortes de custo, as exaustivas jornadas de trabalho, metas ambiciosas e estratégias comerciais já consagradas, empreendimentos modernos estão cada vez mais apostando em um sistema de gestão flexível.
O sistema de gestão flexível
A própria denominação do termo carrega a diferença. Ao contrário de um modelo que se propõe estático, um sistema de gestão compreende partes integradas que, trabalhando juntas, trarão ótimos resultados ao todo. E não são apenas as organizações privadas que estão adotando estratégias modernas de gestão, organizações governamentais também aplicam sistemas de gestão alternativos.
Entretanto, é um erro bastante usual que o gestor se inspire em outros negócios e importe seu sistema de administração, aplicando as mesmas estratégias em sua empresa. Gestores advertem: não se trata de pegar um modelo pronto e acreditar que ele vai se encaixar perfeitamente no mecanismo do negócio.
Quem dera fosse tão simples assim. Para conquistar bons resultados e garantir o bom funcionamento da empresa são necessárias formulações estratégicas personalizadas e, para isso, o pontapé inicial é entender aonde o empreendimento quer chegar.
Estratégias e objetivos
Para facilitar a vida dos gestores e empreendedores, uma boa ideia pode ser trabalhar com os objetivos a curto prazo. Vale a pena pensar em quais são as ambições da empresa para o primeiro semestre e, pouco a pouco, sugere-se o aumento na sofisticação da análise para que, ao longo dos anos, seja possível estabelecer diagnósticos mais elaborados e traçar metas ainda mais certeiras.
Essa parte estratégica do sistema deve estar interligada a outros setores, por meio de procedimentos bastante específicos. O primeiro setor é aquele que estabelece os movimentos da empresa para atingir as metas, enquanto o segundo é responsável por gerenciar os projetos que foram decididos pela equipe estratégica.
Por fim, todos esses “pedaços” do sistema, fragmentados entre si, devem estar interligados à padronização do gerenciamento da rotina de trabalho no dia a dia. Com todos esses pequenos mecanismos funcionando adequadamente, o sistema da empresa é capaz de produzir resultados, atingindo basicamente o objetivo final de um bom modelo de gestão.
O esquema apresentado acima compreende um resumo de iniciativas bastante simples. Esse sistema cartesiano de gestão pode ser implantado em empresas de qualquer natureza e porte e garante bons resultados com poucos investimentos. As empresas do setor de tecnologia de informação consideradas exemplos por jovens empreendedores aplicam outras estratégias a esse modelo básico de gestão.
Adaptar para evoluir
As maiores empresas de comunicação e tecnologia da informação tiveram seus perfis moldados ao longo dos anos de atuação no mercado. Entretanto, mantiveram um aspecto sempre intocado: independente das tomadas de decisão que mudariam o funcionamento da empresa, os valores e a missão que guiam os negócios permaneceriam protegidos.
Vale a pena pensar que, se um dia o mercado exigir a adaptação das empresas, o primeiro passo seria olhar para o “código genético” do negócio e separar aquilo que deve e pode ser alterado daquilo que faz com que a empresa seja original, especial. Quanto mais clara for essa análise, mais fácil será a mudança.
Contrate gente boa
Para se destacar no mercado, além de estar constantemente aperfeiçoando seus serviços, empresas modernas de sucesso também são experts em encontrar os colaboradores certos para a fase que a empresa está vivendo.
A Netflix, por exemplo, começou a trabalhar cada vez mais com dados, traçando o perfil dos clientes. Isso garantiu movimentos mais certeiros da empresa no sentido de oferecer produtos e serviços que eram exatamente o que os clientes procuravam. Estratégia da empresa: a Netflix contratou pessoas que entendiam muito de análise de comportamento e também de garimpo de dados.
Por isso, fique atento aos processos de contratação, já que eles influenciam e muito o futuro da empresa. Fazer uma boa lista de talentos, conversar com os funcionários do time e dar valor às recomendações pode mudar a direção do negócio como um todo.
Mas atenção, aqui vale um parênteses. A empresa não pode permanecer estática, mas ficar mudando a forma de gestão a cada hora também não é uma estratégia inteligente. Isso cria um ambiente instável para os fornecedores e para os consumidores dos produtos e serviços.
Atenção aos modismos
Algumas empresas adotam o modelo de gestão sem hierarquia, por exemplo. E cada vez mais, as empresas estão querendo mergulhar nesse esquema que garante maior autonomia aos funcionários e mais liberdade para o negócio.
Mas é preciso muito cuidado, já que não são todas as empresas que conseguem se adaptar a esse modelo administrativo de gestão e, na prática, a empresa pode virar um caos.
A dica aqui é pensar no processo de gestão como um todo. Nos casos dos sistemas que não possuem uma pessoa liderando ou avaliando os resultados de outros funcionários, como seria o feedback à equipe? Como funcionaria a comunicação entre o time para que todos sigam o mesmo objetivo?
Para responder a essas questões vale a pena sempre ter em mente o equilíbrio da empresa e assim, pouco a pouco, é possível encontrar o melhor modelo de gestão para aquela fase do negócio.
Mas fique de olho, em pouco tempo, todas as certezas podem ser desfeitas e chega a hora de mudar novamente. Acertar o timing da mudança pode ser a fórmula mágica do sucesso.